Rhythmic Movement Training

O Rhythmic Movement Training (RMT) teve a sua origem em Estocolmo, na Suécia, na década de 70, resultado da observação sistemática e hierarquizada do crescimento do bebé através de fotografia por Kerstin Linde.
No percurso até à criação efetiva do RMT, vários foram os profissionais que foram modelos e/ou contribuidores. Moira Dempsey, professora e quinesiologista, dedicava-se ao estudo dos movimentos e reflexos desde meados da década de 90 e verificou que os Movimentos Rítmicos poderiam ser integrados no trabalho que estava a desenvolver. Foi a partir daí que começou a desenvolver as técnicas de observação e formação do RMT.

O RMT é um método de integração de reflexos que através de movimentos rítmicos replica os padrões de movimentos mais precoces do ser humano, de modo a criar, fortalecer ou reeducar as bases da postura, maturação do sistema nervoso central, função vestibular, processamento sensorial, memória, aprendizagem, emoções e comportamento. Os movimentos utilizados no RMT são baseados naqueles que foram inicialmente concebidos por Kerstin Linde.

Como qualquer método, a avaliação antecede a intervenção. De uma forma geral, na avaliação é realizada uma análise estruturada dos reflexos, primitivos e posturais. A interpretação dos resultados é a chave, uma vez que permite relacionar os padrões retidos/ativos com as limitações apresentadas. Posteriormente, é elaborado um programa de intervenção onde são selecionados os exercícios a implementar, hierarquizados e personalizados, com estimulação de zonas/estruturas cerebrais específicas, tendo em conta os reflexos ativos/retidos.

É um método que pode ser aplicado em crianças e adultos, tendo demonstrado resultados significativos nas Perturbações do Espectro do Autismo, Perturbações de Hiperatividade com Défice de Atenção, Espectro da Esquizofrenia e outras Perturbações Psicóticas, Distúrbios de Integração Sensorial, Perturbações da Fala e Linguagem, Dificuldades de Aprendizagem.

Os movimentos selecionados para intervenção, procuram reproduzir os movimentos característicos do desenvolvimento típico e que as crianças vão automaticamente experienciando com o seu crescimento global. Estes movimentos são realizados de forma passiva ou ativa e, preferencialmente no chão/colchão.

O método pode ser integrado nas sessões de terapia e/ou ser implementado em contexto domiciliário, pelo próprio paciente ou pelos familiares do mesmo, de acordo com a orientação do terapeuta.